Nossa História

Nossa história

O fato é que, com as novas leis, com a confiança em mim por parte do Dr. Lauro e com o apoio do Dr. Sampaio, o trabalho na área criminal foi se intensificando. Fui efetivado e lá estava eu, atuando na área cível e na área criminal. O trabalho na área cível me ensinou muito e foi muito importante para que eu tivesse uma formação mais ampla. A demanda na área criminal foi crescendo e, poucos anos depois, 100% do meu tempo era dedicado à advocacia criminal.

Eu sempre achei que o bom criminalista tinha que atuar em todo o tipo de caso criminal. Foi assim que comecei a me candidatar para advogado dativo. Trabalhei em vários casos como advogado dativo no Fórum Criminal. Também advoguei para a M. J. C., uma senhora que era a chefe do RH do Demarest. O filho dela, M.C.S., envolveu-se com drogas e, por consequência, com a Justiça Criminal. Os processos do M.C.S. foram uma grande escola. Além de trabalhar como advogado dativo no Fórum Criminal, me inscrevi para atuar perante o 1º Tribunal do Júri. O Júri para mim sempre foi a apoteose da advocacia criminal. Não existe criminalista de verdade e completo que não tenha atuado no Júri. Nessa época, meu livro de cabeceira era “Defesas que Fiz no Júri”, do Dr. Dante Delmanto. Cuidei de vários casos de Júri e venci outros tantos. Isso só me trouxe experiência e confiança.

Sempre gostei muito de jogar futebol, embora meu talento para o esporte bretão fosse bastante limitado. E foi jogando futebol que eu conheci o Leandro Falavigna, um estagiário da área tributária do Demarest, que jogava muita bola. Como a área criminal estava crescendo e eu precisava de um estagiário, chamei o Leandro para trabalhar comigo. Vencida a resistência do Demarest, o Leandro mudou de área e passou a estagiar comigo. Um caso em especial marcou essa nossa primeira fase. Foi o caso da tia do Dr. Antônio Carlos Vianna de Barros, o sócio responsável pelo setor trabalhista do Demarest. Tia Nica era uma benemérita que vivia em Ipauçu, trabalhando em um educandário. Mulher de fibra e trabalhadora, Tia Nica era adorada e idolatrada na pacata cidade do interior paulista. Dedicou boa parte de seus 85 anos de vida à educação de vários meninos da região, cujos pais não tinham condição de sustentá-los. Tia Nica foi assassinada por um ex-interno de seu educandário. Enquanto dormia, foi asfixiada e esfaqueada por diversas vezes. O crime chocou a pequena Ipauçu e o Júri do assassino teve inclusive que ser desaforado para Ourinhos, por conta da comoção popular que causou. E lá fomos eu e o Leandro fazer o Júri como assistentes de acusação. Voltamos vitoriosos para São Paulo, com a condenação do assassino a 21 anos de prisão.